Home office e distanciamento social requerem cuidados com a saúde mental
Laura Nogueira, psicóloga e tecnologista da Fundacentro, mostra como prevenir o adoecimento psíquico neste cenário de pandemia do coronavírus
Por Serviço de Comunicação Social da Fundacentro em 01/04/2020
Home Office
“Neste momento, uma das características mais preocupantes quando se fala de saúde mental é a questão do distanciamento social, a brusca quebra da rotina, e para muitos trabalhadores a possibilidade de queda da renda. Fatores que podem levar ao mal-estar psicológico. Assim, é importante que se pense em estratégias tanto na perspectiva individual quanto governamental para a prevenção da saúde mental”.
O compartilhamento de tarefas, principalmente as domésticas, com outros familiares é fundamental. “A condição das mulheres em nossa sociedade torna ainda mais complexa a questão do home office, uma vez que ainda coordenam ou realizam as tarefas domésticas como cozinhar, arrumar a casa, cuidar dos filhos”, destaca Nogueira.
As consequências podem ser sobrecarga e maior vulnerabilidade psíquica. “Percepção de não ter tempo para nada e nem para si; sensação de impotência quanto ao não cumprimento das tarefas, sejam elas auto impostas ou impostas por chefes, colegas e familiares; falta de reconhecimento, seja no trabalho ou trabalho doméstico, podem favorecer sentimentos de ansiedade, angústia, impotência, incapacidade, inutilidade, entre outros”, afirma a psicóloga.
Contato social
“Para os que estão em confinamento com outras pessoas e familiares, conversar, realizar atividades coletivas como jogos, assistir filmes juntos ou qualquer atividade de lazer agradável a todos pode ser uma opção”, indica.
Para quem não está em nenhum grupo de risco, solidariedade e empatia podem fazer a diferença na vida de pessoas mais vulneráveis, como idosos ou doentes crônicos. “Proteja-se e apoie os outros ajudando-os em seus momentos de necessidade, por exemplo, telefone para seus vizinhos ou pessoas em sua comunidade que precisam de assistência extra”.
Excesso de informação
Segundo a psicóloga, o excesso de informações também pode ser prejudicial ao colocar as pessoas em estado de alerta constante, o que pode gerar ansiedade e angústia. Notícias falsas e sensacionalistas podem suscitar pensamentos de impotência, medo e até mesmo pânico.
Por isso, é preciso buscar informações em fontes fidedignas para compreender o que está ocorrendo, como Organização Mundial da Saúde – OMS, Organização Pan-Americana da Saúde – Opas, instituições de pesquisa e autoridades sanitárias locais. Outra dica importante é ter em mãos contatos de telefone e endereços de serviços e unidades de saúde em caso de manifestação de sintomas de Covid-19, para favorecer um atendimento mais breve.